Curso de Artes Aplicadas da UFSJ com a maior nota de Renovação de Reconhecimento do MEC g1e6p

A ex-aluna e artista ceramista Adriana Soares fala do curso, da sua experiência profissional e do seu projeto. 5x4r5j


Educação

José Venâncio de Resende 22/05/20250 2w5o2b

Artes Plásticas da UFSJ no Campus CTAN (foto: UFSJ)

O bacharelado em Artes Aplicadas, com ênfase em Cerâmica, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) obteve nota 5 na Renovação de Reconhecimento do Curso pelo Ministério da Educação (MEC). Trata-se da mais alta nota obtida por um curso ao longo da história das acreditações de cursos de graduação da UFSJ. 

A Renovação de Reconhecimento de Curso consiste no processo de revalidação, por parte do MEC, dos diplomas de graduação e da continuidade da oferta de um curso superior. Esta renovação é feita por meio de um ciclo avaliativo e requer a apresentação de documentos e informações por parte da instituição. 

Para a professora e coordenadora do curso da UFSJ, Zandra Miranda, essa nota é o “reconhecimento de um grande esforço” de “trabalho longo e consistente” na implantação plena para que o curso “tenha condições de funcionar com qualidade, equipamentos, espaço e profissionais com excelência”. Mas há desafios pela frente, que incluem “adequar o nosso espaço para o crescimento do curso, que recebe gente do Brasil inteiro” para trabalhar com “essas características específicas que só nós temos, e atender à “demanda interna por técnicos istrativos para trabalharem nos laboratórios, já que hoje só temos uma técnica para cuidar de tudo”. 

Visão de uma ex-aluna 

Adriana Soares, da terceira turma do curso (2011), disse que recebeu a notícia “com grande satisfação. O curso valeu muito a pena, foi uma experiência ímpar, cheguei de bagagem vazia e sai cheia de aprendizado e muito conhecimento. Sigo recomendando a todos que tenham vontade de se aventurar nesse universo fascinante da arte do fogo. Só tenho a agradecer a todos que me incentivaram, acreditaram no meu potencial e colaboraram para minha formação”. 

O curso oferece várias alternativas para que possamos produzir nossas obras, mas acredito que faltam eventos que atraiam os turistas que são nossos principais clientes e apreciadores do nosso trabalho.” De qualquer forma, Adriana faz uma avaliação positiva da sua carreira de artista ceramista, “embora ainda não possa exercer minha profissão com exclusividade por questões financeiras e estrutura física entre outros empecilhos”. 

Adriana comercializa os seus produtos em feiras e eventos, por meio de abordagens pessoais com possíveis clientes e também através da boa e velha propaganda boca a boca. ite que deveria usar mais o mundo digital para divulgar e vender suas cerâmicas, “mas tenho insegurança sobre a logística porque já tive problemas com quebra de produto (que é frágil) no transporte da mercadoria, mesmo sinalizando para se ter cuidado, não jogar nem empilhar. Não tive boa experiência com envio”. 

Como ainda não tem local fixo para comercializar suas cerâmicas, Adriana segue na construção do seu ateliê, na zona rural de Tiradentes (porém de fácil o). “Em breve (talvez em 2026), pretendo abrir as portas para receber clientes e amigos, para conhecer meu trabalho, ter a oportunidade de experimentar e colocar a mão na massa literalmente falando.” Nesse sentido, pretende fazer algumas parcerias e receber alguns eventos. 

Sobre o curso

O curso de graduação em Artes Aplicadas existe desde 2009, sendo o único do Brasil. Possui um perfil diferenciado ao preparar profissionais para a criação de objetos e peças em cerâmica e outros materiais decorativos e utilitários. A proposta é pioneira em relação aos demais cursos vinculados ao campo da cerâmica existentes no País, por trazer à tona a discussão sobre o tênue limite entre as áreas das Artes Visuais, do Design e do Artesanato. 

O que distingue este curso dos demais é uma abordagem global dos processos cerâmicos, que vão desde o projeto de peças artísticas ou de caráter utilitário, ando por sua execução prática, até a veiculação de diferentes maneiras no mercado, como por exemplo por meio da criação de uma oficina de pequeno porte.

A ideia do curso começou a partir de um projeto no Vale do Jequitinhonha com as ceramistas que tinham uma demanda para melhoria da queima das peças para exportação, conta Zandra. “Foi assim que o departamento de Engenharia de Materiais, que já estava implantado na UFSJ, prestou consultorias, desenvolveu fornos e acabou qualificando um corpo técnico em cerâmica que se constituiu para propor a criação deste curso.” Ela acrescenta que “nosso curso é pequeno, com apenas sete professores que têm como mérito a inovação. Abordamos com grande profundidade todos os aspectos da cerâmica com uma linguagem artística que é, ao mesmo tempo, um processo tecnológico”. 

Três núcleos

O curso é dividido em três núcleos de disciplinas. O núcleo “fundamentos” envolve as primeiras disciplinas de leitura e produção de gêneros acadêmicos, história da arte, disciplinas práticas e os fundamentos das ciências de materiais. O núcleo “aprofundamento” tem disciplinas optativas que vão se renovando de acordo com as pesquisas dos professores e temas mais atualizados. E o núcleo de “gestão” prepara o aluno para gerir seu próprio negócio. “Além disso, temos parte da carga horária dedicada à extensão e a flexibilização do currículo, com 150 horas de atividades complementares extraclasse e 240 horas dedicadas ao trabalho de conclusão de curso (TCC), explica Zandra.

Após cursar o ciclo profissional, o formando deverá ser capaz de montar e istrar sua própria manufatura de cerâmica de alta temperatura (grés e/ou porcelana), ou atuar como profissional de políticas públicas na área do artesanato. 

Com informações da ASCOM-UFSJ

 

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